Identificação de Nova Vítima do Rompimento da Barragem de Brumadinho
A Polícia Civil de Minas Gerais anunciou, na noite de quinta-feira (6), a identificação de mais uma vítima do rompimento da barragem de Brumadinho, ocorrido em 25 de janeiro de 2019. A vítima é Maria de Lourdes da Costa, uma corretora de imóveis de 59 anos que estava na cidade mineira a passeio. Com essa nova identificação, o número total de vítimas reconhecidas chega a 268.
Maria de Lourdes, conhecida carinhosamente como Malu por seus familiares, estava hospedada na Pousada Nova Estância com seu marido, enteados e a companheira de um deles. O grupo planejava visitar o museu de Inhotim e celebrar uma gravidez na família. No entanto, todos foram atingidos pelo rejeito de lama que destruiu a pousada.
Descoberta dos Segmentos Corpóreos
Os segmentos corpóreos de Maria de Lourdes foram descobertos por volta das 8h45 do mesmo dia, em uma área chamada Remanso 4, próxima à pousada soterrada. Essa descoberta foi antecipada pelo vice-governador Mateus Simões (Novo) em uma entrevista exclusiva ao Balanço Geral Minas. Ainda permanecem desaparecidas duas pessoas: Tiago Tadeu e Natália Porto de Oliveira.
Tiago, que era engenheiro mecânico de 34 anos na época, estava trabalhando na Vale e havia sido transferido para a mina do Córrego do Feijão apenas 20 dias antes da tragédia. Já Natália, de 25 anos, era estagiária na mineradora e buscava consolidar sua carreira após concluir o curso de técnica em mineração.
Solidariedade e Busca por Justiça
O governador Romeu Zema (Novo) expressou suas condolências à família de Maria de Lourdes através das redes sociais, desejando que a identificação possa trazer algum conforto aos parentes. A tragédia de Brumadinho resultou em um saldo devastador de 272 mortos, incluindo dois bebês em gestação. Desde o início das buscas, cerca de 85% da lama de rejeitos foi inspecionada. A última identificação anterior ocorreu em dezembro de 2022, quando foram encontrados os restos mortais de Cristiane Antunes Campos, supervisora de mina da Vale, que tinha 35 anos.
Processos Judiciais e Responsabilização
Seis anos após o desastre, nenhuma pessoa foi julgada pelo rompimento da barragem B1. Em março de 2024, a Justiça arquivou as denúncias contra o ex-presidente da Vale, Fábio Schvartsman, mas manteve as acusações contra outros 15 envolvidos, incluindo gestores da mineradora e da Tüv Süd, empresa responsável por atestar a segurança da estrutura. Tanto a Vale quanto a Tüv Süd enfrentam processos na Justiça.
As ações penais ficaram suspensas entre abril e setembro de 2024 por decisão do ministro Sebastião Reis Júnior, do Superior Tribunal de Justiça. No entanto, no dia 9 de setembro, a contagem do prazo para apresentação da resposta à acusação foi retomada, reacendendo a esperança de responsabilização dos culpados por uma das maiores tragédias ambientais e humanas do Brasil.