Davi Alcolumbre Comanda o Senado até 2027
O amapaense Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), de 47 anos, foi escolhido neste sábado (1º de fevereiro de 2025) para liderar o Senado até fevereiro de 2027. Ele obteve 73 dos 81 votos possíveis. Esta é a segunda vez que ele assume o cargo, tendo sido presidente de 2019 a 2021. Alcolumbre sucede seu aliado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que liderou a Casa por dois mandatos seguidos.
Alcolumbre conquistou uma vitória sem grandes dificuldades. Sem concorrentes significativos, ele era o favorito indiscutível. Superou as candidaturas de Marcos Pontes (PL-SP) e Eduardo Girão (Novo-CE), que juntos somaram apenas 8 votos. Marcos do Val (Podemos-ES) e Soraya Thronicke (Podemos-MS) discursaram, mas optaram por desistir da disputa.
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Nos meses que antecederam a disputa, Alcolumbre assegurou apoio de partidos menores como o PDT e PSB. Posteriormente, conquistou o apoio das maiores bancadas: PSD, PL, MDB e PT. A candidatura dele foi endossada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Impedido pelo STF de se candidatar à reeleição em 2021, Alcolumbre articulou o nome de Pacheco para substituí-lo. Durante esse período, liderou a CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), o mais importante colegiado do Senado, por dois mandatos consecutivos (2021-2023 e 2023-2025).
Mesmo fora da presidência, Alcolumbre manteve influência significativa. Ele foi crucial na negociação de emendas e na indicação de cargos em agências reguladoras. No caso das eólicas offshore, por exemplo, foi decisivo ao transferir a relatoria de Carlos Portinho (PL-RJ) para Weverton (PDT-MA).
Imagens da Sessão de Eleição
Sérgio Lima/Poder360 – 1º.fev.2025
O senador Davi Alcolumbre (União Brasil -AP) e o deputado Hugo Motta (Republicanos-PB) se cumprimentam na sessão para eleger o presidente do Senado. A nova gestão terá um mandato de 2 anos.
Quem é Davi Alcolumbre
Davi Alcolumbre nasceu em 19 de junho de 1977, em Macapá, Amapá. Antes de ingressar na política, era comerciante de autopeças. Iniciou sua carreira pública em 2001, tornando-se o vereador mais jovem do Amapá aos 21 anos. Originalmente do PDT, migrou para o DEM, que posteriormente se fundiu com o PSL em 2022, formando o União Brasil.
Alcolumbre foi deputado federal por três mandatos e, em 2014, foi eleito senador. Presidiu o Senado de 2019 a 2021 e foi reeleito em 2022. Ele é casado com Liana Andrade e tem dois filhos, Davi e Matheus.
Sessão Pacífica
A sessão de eleição deste sábado (1º de fevereiro) foi tranquila, contrastando com a de 2019, quando Alcolumbre foi eleito pela primeira vez. Na ocasião, o número de votos superou o de senadores presentes, gerando controvérsia.
Partidos elogiaram a habilidade de Alcolumbre em dialogar. Pacheco também recebeu elogios, apesar das críticas da oposição por não pautar pedidos de impeachment de ministros do STF.
O discurso de Randolfe Rodrigues, líder do Governo, foi contundente. Ele destacou a atuação de Pacheco durante os atos de vandalismo de 8 de janeiro e elogiou Alcolumbre, em busca de apoio para sua reeleição ao Senado em 2026.
Ministros temporariamente reassumiram seus cargos para votar, incluindo Carlos Fávaro (Agricultura), Camilo Santana (Educação) e Wellington Dias (Desenvolvimento e Assistência Social).
Outros políticos também compareceram, como Hugo Motta (provável próximo presidente da Câmara), ACM Neto (vice-presidente do União Brasil) e Kátia Abreu (ex-senadora).
O Que Disse Alcolumbre
Necessidade de Diálogo e 1ª Gestão
Davi Alcolumbre se definiu como “defensor intransigente do diálogo” e afirmou que “governar é ouvir” e “liderar é servir”. Ele destacou a união como sua linha de liderança e relembrou a aprovação do auxílio emergencial, a Reforma da Previdência e o marco do saneamento básico durante sua primeira gestão.
Alcolumbre destacou a importância da cordialidade para o desenvolvimento do Brasil e afirmou: “Não haverá futuro se não houver respeito, diálogo e democracia”.
Independência do Senado e Relação com o Judiciário
Ele defendeu a independência do Congresso e comprometeu-se a proteger as garantias e prerrogativas dos senadores. Alcolumbre destacou a necessidade de respeitar as decisões judiciais e o papel do Judiciário, mas enfatizou a importância de respeitar as prerrogativas do Legislativo.
Relação com a Câmara, MPs e Projetos de Lei
Alcolumbre também mencionou a relação com a Câmara, defendendo o retorno das comissões para analisar medidas provisórias. Ele destacou que projetos do Senado devem receber o mesmo tratamento que os da Câmara, referindo-se ao impasse sobre o mercado de carbono.
Redes Sociais
Alcolumbre criticou o “discurso de ódio” nas redes sociais e ressaltou a necessidade de resistir a discursos fáceis e aplausos momentâneos.
Discurso dos Outros Candidatos
Marcos Pontes (PL-SP)
Marcos Pontes prometeu desengavetar os pedidos de impeachment contra ministros do STF e defender a anistia aos condenados pelos atos de 8 de janeiro. Ele questionou a escolha entre um Senado omisso ou atuante.
Eduardo Girão (Novo-CE)
Eduardo Girão criticou o sigilo do voto e afirmou que o Senado se acovarda perante o ministro do STF, Alexandre de Moraes. Ele defendeu o fim das emendas dos congressistas e a anistia dos presos pelo 8 de janeiro.
Marcos do Val (Podemos-ES)
Marcos do Val alegou perseguição pelo ministro Alexandre de Moraes e retirou sua candidatura. Ele mencionou uma “ditadura da toga” e afirmou que o ministro comete crimes contra a humanidade.
Soraya Thronicke (Podemos-MS)
Soraya Thronicke destacou a falta de representação feminina no Senado e também retirou sua candidatura, justificando a decisão pela falta de apoio.