Dados do Censo Escolar de 2022: Desafios na Educação Brasileira
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou, nesta quarta-feira (26), os dados do Censo Escolar de 2022, revelando um panorama alarmante sobre a educação no Brasil. Em 3.008 municípios, mais da metade da população com 25 anos ou mais não possui o ensino fundamental completo ou qualquer tipo de instrução formal. Este cenário se repete na maioria das cidades brasileiras, refletindo desafios históricos enfrentados pela educação básica.
Desigualdades no Acesso à Educação
Por outro lado, em 75 municípios, mais de 25% da população nessa mesma faixa etária concluiu o ensino superior, evidenciando desigualdades significativas no acesso à educação.
Evolução da Escolaridade
Apesar dos desafios, o estudo aponta avanços notáveis na educação nas últimas décadas. Em 2022, 35,2% da população com 25 anos ou mais estava na categoria “Sem instrução e fundamental incompleto”. No entanto, essa taxa era muito maior nos anos 2000. Naquela época, apenas 6,8% dos brasileiros dessa faixa etária haviam completado o ensino superior, proporção que aumentou para 18,4% em 2022.
O levantamento também destacou diferenças significativas entre as regiões do país. O Centro-Oeste apresentou a maior taxa de adultos com ensino superior (21,8%), enquanto o Nordeste registrou a menor (13,0%). O Distrito Federal liderou no recorte por unidades da federação, com 37% da população com ensino superior completo, seguido por São Paulo (23,3%). Por outro lado, o Maranhão teve a menor proporção (11,1%).
Desigualdade de Gênero na Educação
A pesquisa destacou ainda que as mulheres, em média, possuem um nível de instrução superior ao dos homens. Em 2022, 20,7% das mulheres com 25 anos ou mais tinham ensino superior completo, em comparação com 15,8% dos homens. Além disso, a média de anos de estudo foi de 9,8 anos para mulheres e 9,3 anos para homens. A diferença é mais acentuada até os 49 anos, diminuindo nas faixas etárias mais velhas.
Milhões de Crianças e Adolescentes Fora da Escola
Um dado alarmante do estudo é o número de crianças e adolescentes fora da escola. Em 2022, mais de 1,7 milhão de jovens entre 6 e 17 anos não frequentavam a escola. Entre os menores de 6 a 14 anos, 98,3% estavam matriculados, mas ainda havia 431.594 crianças fora da sala de aula. Na faixa etária de 15 a 17 anos, a situação era ainda mais preocupante: apenas 85,3% estavam estudando, deixando 1.271.678 adolescentes sem acesso à educação formal.
Os dados refletem avanços na educação brasileira, mas também ressaltam desafios persistentes, como a necessidade de reduzir desigualdades regionais e de gênero e garantir que todas as crianças e adolescentes tenham acesso à educação de qualidade.