Notícias Nacionais

Previ possui maior participação no mercado de ações comparado a outros fundos de pensão

WhatsAppMessengerFacebookRedditBlueskyShare

Previ: Investimentos e Estratégias de Renda Variável

A Previ (Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil) atualmente aloca 28,8% de seus investimentos do principal plano em ações. Este percentual refere-se ao patrimônio de contingência, termo usado na linguagem técnica do setor.

Outros planos semelhantes possuem apenas 2,8% investidos em ações. Esses são planos de benefício definido, que garantem um valor no momento da aposentadoria do participante. No entanto, novos participantes não têm acesso a esses planos, mas é necessário honrar os contratos já firmados.

Comparação com Outros Fundos de Previdência

A Petros, que é a caixa de previdência da Petrobras, possui 5,5% de seus ativos em ações, enquanto a Funcef, dos funcionários da Caixa Econômica Federal, apresenta 6,2%. Esses dados foram compilados pela consultoria Inside Pensions para o Poder360.

Os investimentos da Previ em ações têm sido reduzidos ao longo do tempo. Em dezembro de 2016, durante o governo Michel Temer (MDB), essa proporção era de 59,1%. Já em 2020, sob a gestão de Jair Bolsonaro (atualmente no PL), a participação caiu para 46,7%.

Auditoria do TCU e Resultados da Previ

O Tribunal de Contas da União (TCU) ordenou uma auditoria devido a perdas de R$ 14 bilhões registradas pela Previ em 2024. A entidade argumenta que não houve prejuízo, mas a rentabilidade ficou aquém do esperado. As informações divulgadas sobre esses investimentos são consideradas pouco claras.

A Previ não esclareceu o motivo específico para o desempenho negativo de R$ 14 bilhões do Plano 1 em 2024. Segundo André Suaide, sócio da Inside Pensions, uma possível explicação para as perdas é a diferença entre a rentabilidade esperada e a efetivamente realizada.

A exposição maior em ações resultou em um rendimento de apenas 3,1% sobre o patrimônio de janeiro a setembro de 2024, conforme os dados mais recentes. Outros planos semelhantes tiveram um rendimento de 5,5% nesse mesmo período. Isso ficou abaixo dos juros bancários (7,9%), mas superou a inflação (3,3%).

Estratégia da Previ e Metas de Rentabilidade

Em nota ao Poder360, a Previ afirmou que sua estratégia de investimentos tem sido bastante bem-sucedida, pois, entre 2010 e 2025, a rentabilidade superou o CDI (juros bancários) e o Ibovespa, principal índice da Bolsa. A entidade destacou que não comenta os investimentos de outras instituições.

A meta de rendimento da Previ é de 4,75% ao ano acima do INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor). A instituição também informou que vem reduzindo sua participação em investimentos na Bolsa desde o início dos anos 2000, mas não pretende vender ações para acelerar esse processo, pois isso poderia resultar em prejuízo.

“Recentemente vimos alguns acionistas de empresas em que a Previ tem participação fazerem esse tipo de movimento, e as perdas foram bilionárias”, afirmou a Previ.

Nota da Previ: Estratégias e Comparações

A íntegra das respostas da Previ destaca a meta atuarial do Plano 1, que é de INPC + 4,75%, estabelecida em dezembro de 2019. A meta atuarial é composta pelo índice de inflação adotado pelo plano, além dos juros atuariais, que correspondem à taxa de juros real anual utilizada como premissa atuarial para apuração das reservas matemáticas.

A Previ ressaltou que sua meta é uma das menores do setor, proporcionando mais segurança para o plano. Com uma meta reduzida, é necessário ter mais recursos hoje para garantir o pagamento de benefícios futuros.

No passado, o Plano 1 tinha uma alta concentração em renda variável, que chegou a 70% da carteira no início dos anos 2000. Isso permitiu a formação de um patrimônio bilionário e a distribuição de superávits aos associados entre 2006 e 2013, totalizando R$ 25 bilhões (em valores da época), que atualizados chegariam a mais de R$ 45 bilhões.

Atualmente, com quase todos os associados aposentados ou recebendo pensão, a estratégia visa garantir o pagamento dos benefícios. Desde 2012, o Plano 1 iniciou a estratégia de imunização, que reduz a exposição em renda variável e aumenta em renda fixa, invertendo a proporção dessas classes de ativo na carteira de investimentos. Somente em 2024, foram investidos cerca de R$ 13 bilhões em títulos de renda fixa, como NTN-B.

Não há necessidade de vender ativos com valores depreciados devido à volatilidade da bolsa, o que realmente causaria prejuízos ao plano e aos associados. “Não vamos cometer esse erro, e nem precisamos, porque não estamos alavancados. Por isso, procuramos sempre as janelas estratégicas de oportunidade, tanto de desinvestimento quanto de investimento”, afirmou a Previ.

A Previ destacou que cada entidade fechada de previdência complementar possui uma estratégia própria de investimentos, conforme os planos de benefícios e os perfis de seus participantes. A entidade não pode responder pelas estratégias de outras instituições, mas pode afirmar que sua estratégia de investimentos orientados pelo passivo, utilizada para o Plano 1, tem se mostrado bastante bem-sucedida. Nos últimos 20 anos, a carteira de investimentos do Plano 1 acumulou uma rentabilidade 273% acima da meta, superando o CDI e o Ibovespa no acumulado dos últimos 15 anos, o que representa mais tranquilidade aos participantes e demonstra a eficiência da gestão quando comparada aos principais índices de renda variável e renda fixa.

Fonte: https://www.poder360.com.br/poder-economia/previ-tem-maior-exposicao-a-bolsa-do-que-outros-fundos-de-pensao/

WhatsAppMessengerFacebookRedditBlueskyShare
Sair da versão mobile