Hamas e Israel: Novo Acordo para Troca de Prisioneiros
O grupo Hamas anunciou que, nesta quinta-feira, entregará os corpos de quatro reféns israelenses em troca da liberação de 602 prisioneiros palestinos. A informação foi divulgada pelo grupo islâmico e confirmada por um oficial israelense. Este acordo busca resolver um impasse que ameaçava o cessar-fogo em Gaza.
Adiamento e Divergências
O acordo deveria ter sido firmado anteriormente, mas divergências entre as partes causaram adiamentos. Israel afirmou que o Hamas não cumpriu certos termos, especialmente após a entrega dos corpos da família Bibas e de Oded Lifshitz, além das cerimônias de propaganda realizadas pelo Hamas durante a libertação dos reféns.
Negociações e Mediação Egípcia
Conforme reportado pelo The Times of Israel, a libertação dos reféns e prisioneiros ocorrerá simultaneamente, através do Egito. O acordo foi alcançado após negociações no Cairo, onde uma delegação do Hamas, liderada por Khalil al-Hayya, se reuniu com mediadores egípcios.
“Serão liberados simultaneamente com os corpos dos prisioneiros israelenses acordados para seu traslado durante a primeira fase”, afirmou a organização. O pacto faz parte de um acordo de cessar-fogo em três fases, buscando encerrar os confrontos que começaram em 7 de outubro de 2023, quando militantes do Hamas invadiram território israelense, resultando na morte de cerca de 1.200 pessoas e no sequestro de 251 reféns. Israel respondeu com uma ofensiva militar em Gaza, onde, segundo o Ministério da Saúde do enclave controlado pelo Hamas, dezenas de milhares de pessoas perderam a vida.
Garantias e Cautela Israelense
A entrega dos prisioneiros palestinos estava programada para o último sábado, mas Israel adiou até receber garantias de que o Hamas não realizaria atos de propaganda ou violaria o acordo. Um oficial israelense, citado pelo The Times of Israel, explicou que, em intercâmbios anteriores, o Hamas prometeu evitar tais ações, mas não cumpriu. Na terça-feira, o mesmo oficial garantiu que o Hamas forneceu garantias de que tais cerimônias não se repetirão, mas reconheceu desconfiança dentro do governo israelense. “Um novo ministro da Defesa, um novo chefe do Estado-Maior, todas as armas de que precisamos e plena legitimidade”, explicou.
Mediação Egípcia e Futuro do Acordo
A mediação do Egito foi essencial para destravar as negociações e fazer com que ambas as partes continuassem com a execução do acordo.
O acordo de três fases estipula que o Hamas deve libertar todos os reféns ainda em cativeiro, enquanto Israel libertará milhares de prisioneiros palestinos, incluindo centenas cumprindo penas de prisão perpétua. Além disso, estabelece a cessação das hostilidades na Faixa de Gaza e o início de negociações para uma ‘calma sustentável’.
Cenários Possíveis
No entanto, o futuro do cessar-fogo permanece incerto. Israel sustenta que o Hamas tem três opções ao final da primeira fase do acordo:
- Aceitar as condições israelenses, incluindo desarmamento, exílio de seus líderes e renúncia ao controle sobre Gaza.
- Continuar liberando reféns gradualmente em troca de prisioneiros palestinos, prolongando a trégua.
- Retomar o conflito armado, terminando o acordo e retornando à guerra total.
Um oficial israelense, citado pelo The Times of Israel, advertiu que, se o Hamas optar por retomar as hostilidades, a resposta militar será mais contundente do que em ofensivas anteriores.