Operação “Scream Fake” é Deflagrada pela Polícia Civil
Na manhã desta terça-feira (14), a Polícia Civil iniciou uma operação de grande escala em São Bernardo do Campo, localizada na região metropolitana de São Paulo. Denominada “Scream Fake”, o objetivo é desarticular um esquema de corrupção e atividades ilícitas associadas à ONG Pacto Social & Carcerário. Esta organização é liderada por Luciene Neves e seu esposo, Geraldo Salles, ambos detidos durante a operação.
Conexão com o PCC e Manipulação de Informação
A investigação, que começou há três anos, levantou suspeitas sobre a ligação dos diretores da ONG com o Primeiro Comando da Capital (PCC). De acordo com a polícia, a entidade estaria sendo utilizada para organizar ataques contra agentes públicos e espalhar informações falsas, com a intenção de manipular a opinião pública e desestabilizar as instituições de segurança.
Referência ao Documentário “O Grito – Regime Disciplinar Diferenciado”
O nome da operação faz alusão ao documentário “O Grito – Regime Disciplinar Diferenciado”, lançado no catálogo da Netflix no ano passado, estrelado por Geraldo Salles. No filme, Salles, ex-detento e marido de Luciene Neves, reflete sobre as condições do sistema prisional, defendendo o uso das leis constitucionais como meio de luta pacífica. A operação foi batizada de “Scream Fake” (falso grito, em tradução livre), uma referência direta ao título do documentário.
Materiais Apreendidos e Conexões Criminosas
No decorrer das investigações, a polícia confiscou materiais comprometendo, revelando a atuação de advogados associados ao PCC em conjunto com a ONG. Estes documentos indicam a presença de quatro setores da facção: Gravatas, Saúde, Financeira e Reivindicações. Destes, o setor de Reivindicações é considerado o mais alarmante, por estar diretamente envolvido na coordenação de ataques e na disseminação de falsas acusações contra agentes do estado, como parte de uma estratégia para enfraquecer o poder governamental.
Geraldo Salles e a Luta por Direitos Humanos
Geraldo Salles, preso em 2017 por envolvimento com o tráfico de drogas, tem compartilhado suas ideias sobre a reforma do sistema prisional e direitos dos detentos nas redes sociais, sob o título de “Ativista de Direitos Humanos”. Em seu depoimento no documentário, ele afirmou: “A conclusão que eu tenho é de que nós podemos, juntos, vencer. Mas não vencer o sistema com derramamento de sangue, nem com guerra, nem nada. Simplesmente usando as leis que nós temos no país. E são leis constitucionais.”