Deputado Eduardo Bolsonaro é Intimado pela Polícia Federal
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) revelou nesta segunda-feira (10) que foi intimado pela Polícia Federal (PF) devido a críticas dirigidas ao delegado Fabio Alvarez Shor. Este delegado é responsável por investigar muitos dos inquéritos contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, além de políticos e militantes de direita.
Em uma publicação no X, Eduardo Bolsonaro declarou: “Na semana em que a OEA vem ao Brasil especificamente tratar de violações à liberdade de expressão, este parlamentar é intimado pela PF. O crime? Discursar na Tribuna da Câmara criticando o delegado que faz tudo que Alexandre de Moraes manda”.
Processo Administrativo e Defesa
Segundo Eduardo, “estão movendo um processo administrativo contra mim porque sou da Polícia Federal, por ter proferido palavras na tribuna da Câmara”. O deputado, que é escrivão da PF, encontra-se licenciado para desempenhar seu mandato parlamentar.
Durante a leitura de um documento sobre a intimação, o deputado afirmou que o processo seria justificado pelos autores por “supostamente ter proferido discurso na tribuna da Câmara dos Deputados com caráter ultrajante e uso de palavras de baixo calão”.
Ele explicou: “Porque eu falei que ele [Fabio Shor] era um cachorrinho e depois falei que o cachorrinho era uma má comparação com os cachorros, né? Cachorrinho do Alexandre de Moraes. Aí eu qualifiquei um pouco melhor para ‘putin***’, mas acho que o serviço fornecido por prostitutas é mais qualificado, de mais alto nível do que essa porcaria que vocês fazem”.
Contexto das Declarações
As declarações de Eduardo na tribuna ocorreram em 14 de agosto do ano passado. Fabio Shor é o delegado responsável por investigações em inquéritos relatados pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que envolvem, inclusive, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), pai do deputado.
Eduardo Bolsonaro declarou que, conforme o documento, ele teria feito “críticas infundadas à atividade policial de investigação regularmente exercida por um delegado de Polícia Federal junto ao Supremo Tribunal Federal”.
Reações e Consequências
O deputado classificou a situação como “um esculacho com toda a categoria de deputados federais”. Ele planeja recorrer à Procuradoria da Câmara para preparar sua defesa, expressando indignação com o fato de o delegado Fabio Shor se sentir no direito de tomar tal atitude.
Eduardo mencionou ainda a possibilidade de processar o delegado por abuso de autoridade, afirmando que considera essa ação uma perseguição. Ele criticou não só o trabalho do delegado, mas também de ministros do Supremo, especialmente em relação às condenações de pessoas pelos atos violentos de 8 de janeiro de 2023.
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Eduardo gravou um vídeo na sala de embarque do Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek, em Brasília, enquanto aguardava um voo para os Estados Unidos, no qual relatou sua insatisfação.
Respostas Anteriores
No ano passado, o então presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), criticou o indiciamento de parlamentares pela PF devido ao conteúdo de discursos na tribuna do Congresso.