Netanyahu exige lista de reféns antes de cessar-fogo em Gaza
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou neste sábado que não dará continuidade ao plano de cessar-fogo na Faixa de Gaza sem receber uma lista detalhada dos reféns israelenses que deverão ser libertados como parte do acordo.
“Não avançaremos com o plano até recebermos a lista dos reféns que serão libertados, conforme acordado. Israel não tolerará violações do acordo. A responsabilidade é inteiramente do Hamas”, declarou Netanyahu por meio de sua assessoria na rede social X.
Libertação de prisioneiros palestinos anunciada
Na sexta-feira, o Ministério da Justiça de Israel divulgou o nome de 95 palestinos que serão soltos no domingo, iniciando a primeira fase do acordo de cessar-fogo em Gaza. Segundo fontes próximas ao acordo, citadas pela emissora pública israelense Kan, três reféns israelenses, todas mulheres, seriam libertadas nesta fase inicial, embora os nomes ainda não tenham sido confirmados pelo governo israelense.
O Hamas deveria fornecer os nomes dos reféns aos mediadores do Qatar, que, por sua vez, passariam a informação ao chefe do serviço de inteligência israelense (Mossad), David Barnea, para que ele notificasse as famílias. No entanto, a assessoria de Netanyahu indicou que ainda não recebeu essas informações.
Delegação israelense no Egito para coordenar acordo
Uma delegação de segurança israelense chegou ao Cairo neste sábado para coordenar a implementação do cessar-fogo, anunciado na última quarta-feira. De acordo com uma fonte de segurança egípcia ouvida pela agência EFE, a delegação inclui altos funcionários dos serviços de inteligência e do Exército israelense, além do coordenador das atividades do governo israelense nos territórios palestinos, Ghassan Alian.
“O objetivo é coordenar a implementação do acordo sobre os reféns e o cessar-fogo em Gaza, especialmente no que diz respeito à libertação dos reféns no primeiro dia do cessar-fogo”, afirmou a fonte, que preferiu não se identificar.
Egito detalha troca de prisioneiros
O Ministério das Relações Exteriores do Egito anunciou que Israel libertará “mais de 1.890 prisioneiros palestinos” em troca da libertação de 33 reféns israelenses pelo Hamas. O Egito, que mediou as negociações juntamente com o Qatar e os Estados Unidos, declarou que a troca ocorrerá ao longo de 42 dias, correspondendo à primeira fase do acordo, com início previsto para este domingo, às 3h30 (horário de Brasília).
Antes disso, o Ministério da Justiça de Israel havia anunciado a libertação de 737 presos palestinos como parte do acordo, que busca encerrar mais de 15 meses de conflito em Gaza.
Conflito começou em outubro de 2023
O conflito começou em 7 de outubro de 2023, após o ataque terrorista do Hamas no sul de Israel, que resultou na morte de 1.210 pessoas, em sua maioria civis. Na ocasião, 251 pessoas foram sequestradas, das quais 94 permanecem em cativeiro em Gaza. O Exército de Israel relatou que 34 reféns já morreram.
Em resposta ao ataque, Israel lançou uma ofensiva terrestre e aérea contra o Hamas na Faixa de Gaza.
Agradecimento aos mediadores
O Ministério das Relações Exteriores do Egito agradeceu ao Qatar e destacou “o papel fundamental desempenhado pela nova administração dos Estados Unidos, liderada pelo presidente Trump, para resolver a crise, assim como ao presidente Joe Biden”.
(Com informações de Europa Press, EFE e AFP)