Pete Hegseth Nomeado Secretário de Defesa dos EUA
Pete Hegseth, veterano das guerras do Iraque e do Afeganistão e ex-apresentador da Fox News, foi oficialmente nomeado como o novo Secretário de Defesa dos Estados Unidos. A confirmação ocorreu após uma votação acirrada no Senado na noite de sexta-feira, 24 de fevereiro.
Aos 44 anos, Hegseth liderará as Forças Armadas americanas após uma votação apertada de 51 a 50. Três senadores republicanos — Susan Collins de Maine, Lisa Murkowski do Alasca, e Mitch McConnell de Kentucky — se juntaram aos 47 democratas para se opor à nomeação.
Voto de Desempate Histórico
A votação contou com a presença do vice-presidente JD Vance, que se tornou apenas o segundo vice-presidente na história dos Estados Unidos a emitir um voto de desempate para um nomeado do gabinete. O ex-vice-presidente Mike Pence já havia realizado essa tarefa em 2017 para confirmar Betsy DeVos como Secretária de Educação.
Controvérsias em Torno da Nomeação
A nomeação de Hegseth provocou controvérsias devido a alegações de má conduta pessoal, incluindo acusações de abuso sexual e assédio. Durante a audiência de confirmação, Hegseth negou todas as acusações, afirmando que foi “falsamente acusado” em 2017, quando uma mulher o acusou de estupro em um hotel na Califórnia. O caso não resultou em acusações formais, e Hegseth afirmou que o pagamento de US$ 50 mil à mulher foi uma tentativa de evitar uma batalha judicial custosa durante o auge do movimento #MeToo.
Preocupações no Senado
A senadora Murkowski expressou preocupação sobre a mensagem que a confirmação de Hegseth enviaria para as mulheres no serviço militar. Ela se opôs à nomeação, mencionando não apenas as alegações de assédio, mas também declarações passadas de Hegseth contra mulheres em papéis de combate.
“Eu continuo preocupada com a mensagem que a confirmação do Sr. Hegseth envia para as mulheres que servem atualmente e aquelas que aspiram a ingressar no serviço militar,” disse Murkowski.
Apoio e Defesa
Apesar das críticas, Hegseth recebeu apoio de outros senadores republicanos, como Thom Tillis, que, após uma análise detalhada, declarou seu apoio à nomeação. Tillis afirmou ter apreciado a “franqueza” de Hegseth ao responder perguntas difíceis sobre sua conduta passada.
O presidente Donald Trump defendeu Hegseth durante todo o processo de confirmação, chamando-o de “um grande estudante” e prevendo que ele seria um “Secretário de Defesa de alta energia.” Trump também destacou que Hegseth traria mudanças necessárias para agitar o Pentágono e focar em “letalidade e no combate.”
Desafios e Compromissos
Hegseth, major aposentado do Exército, enfrentou críticas por sua falta de experiência em cargos governamentais, além de um histórico de declarações contra a presença de mulheres em funções de combate. No entanto, ele assegurou que, se confirmado, deixaria de consumir álcool e se comprometia a reintegrar cerca de 8.000 membros das Forças Armadas que foram demitidos por se recusarem a tomar a vacina contra a COVID-19.
Durante sua audiência de confirmação, Hegseth também afirmou que seu foco seria garantir a prontidão militar dos EUA e preparar-se para enfrentar ameaças globais, incluindo tensões crescentes com potências como China, Rússia, Irã e Coreia do Norte.
Desafios Futuros
O novo Secretário de Defesa assume em um momento crítico, com os Estados Unidos enfrentando um ambiente de segurança cada vez mais volátil. A liderança de Hegseth será testada enquanto ele trabalha para restaurar a força e a eficácia das Forças Armadas dos EUA.