Defesa do Tenente-Coronel Rodrigo Azevedo Solicita Anulação de Delação Premiadas de Mauro Cid
A defesa do tenente-coronel Rodrigo Azevedo, membro do grupo de elite do Exército denominado “kids pretos”, protocolou um pedido oficial no Supremo Tribunal Federal (STF) para anular a delação premiada do ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, Mauro Cid. Azevedo está detido sob suspeita de envolvimento em um suposto plano de golpe de Estado e assassinato de autoridades.
Irregularidades no Acordo de Colaboração
Os advogados de Azevedo apontam que a recente divulgação de áudios comprometedores destaca irregularidades no acordo de colaboração firmado por Cid com a Polícia Federal. A defesa argumenta que os áudios mostram o descumprimento dos requisitos legais essenciais para validar a delação premiada, sugerindo que Cid teria sido pressionado a firmar o acordo, cuja versão dos fatos não condiz com a sua versão inicial.
Os defensores de Azevedo afirmam que o conteúdo vazado indica um possível caso de coação, comprometendo a legitimidade e a validade do acordo de colaboração. Segundo os advogados, a falta de voluntariedade na manifestação de vontade do colaborador torna o termo do acordo ilícito.
Detalhes da Delação de Mauro Cid
A delação premiada de Mauro Cid foi firmada em agosto de 2023 e continuou em 2024. Em seu primeiro depoimento, Cid detalhou o ambiente político interno do grupo de apoio a Bolsonaro após sua derrota nas eleições de 2022, revelando as tentativas de manipulação das Forças Armadas para adesão a um golpe de Estado, caso não fosse identificada uma fraude nas eleições. A colaboração também aborda as divisões internas dentro do núcleo de apoio ao ex-presidente.
Repercussão do Vazamento
No entanto, o vazamento do primeiro depoimento de Cid, ocorrido no último domingo (26), gerou uma onda de críticas por parte da defesa de Jair Bolsonaro.
A defesa do presidente Bolsonaro, tendo tomado conhecimento da divulgação de trechos da colaboração premiada do Ten Cel Art Mauro Cid, manifesta sua indignação diante de novos ‘vazamentos seletivos’, assim como seu inconformismo diante do fato de que, enquanto lhe é sonegado acesso legal à integralidade da referida colaboração, seu conteúdo, por outro lado, veio e continua sendo repetidamente publicizado em veículos de comunicação, tornando o sigilo uma imposição apenas às defesas dos investigados, evidentemente prejudicadas em seu direito a ampla defesa, afirma em nota.