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Trump anuncia tarifas de 25% sobre importações de aço e alumínio nos EUA

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Taxação de 25% sobre Importações de Aço e Alumínio nos EUA

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, oficializou nesta segunda-feira (10) a aplicação de uma tarifa de 25% sobre todas as importações de aço e alumínio para o país. O líder republicano destacou que não haverá isenções ou exceções. Além disso, afirmou que tarifas recíprocas devem ser divulgadas nos próximos dias.

A medida já havia sido mencionada por Trump no dia anterior, durante uma conversa com repórteres a bordo do Air Force One. O presidente dos EUA anunciou que as tarifas recíprocas seriam reveladas na terça (11) ou quarta-feira (12), entrando em vigor quase imediatamente.

Impacto no Brasil

O Brasil, como segundo maior fornecedor de aço e ferro para os Estados Unidos, deverá ser impactado por essas novas medidas. Em 2024, os americanos adquiriram US$ 4,677 bilhões (aproximadamente R$ 27 bilhões) em produtos brasileiros do setor de “Aço e Ferro”.

O Brasil representou 14,9% de todo o grupo que inclui aço e ferro como matéria-prima em 2024, uma participação sem precedentes naquele mercado. No sistema harmonizado de mercadorias, o chamado “código 72” inclui produtos semimanufaturados de ferro ou aço, além do ferro fundido bruto, que são uma parte significativa das exportações siderúrgicas para os EUA.

O Brasil ficou atrás apenas do Canadá, que respondeu por 24,2% do mercado. Seguem o Brasil, México (10,1%), Coreia do Sul (5,9%) e Alemanha (4,6%).

Importância dos EUA para o Brasil

Como fornecedor de aço e ferro, o Brasil ocupa uma posição relevante para os EUA, com cerca de um quinto do mercado. No entanto, os americanos são ainda mais essenciais para os brasileiros.

Dados do Comex Stat, do Ministério do Desenvolvimento, indicam que os EUA foram o destino de 47,9% das exportações do grupo de aço e ferro em 2024. Nenhum outro mercado é tão importante para as siderúrgicas brasileiras quanto os americanos.

A China é o segundo maior comprador do Brasil, mas com uma participação bem menor: 10,7% dos embarques de aço e ferro.

Expectativas e Reações

Até o momento, o governo brasileiro não se pronunciou oficialmente sobre a decisão dos EUA. Mais cedo, o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB), afirmou que iria aguardar a definição dos norte-americanos.

“Vamos aguardar ainda essa questão da taxação. Da outra vez que isso foi feito, teve cotas, então vamos aguardar. Nossa disposição é sempre a de colaboração, parceria em benefício das nossas populações”, declarou Alckmin a jornalistas após visita à fábrica da Bionovis, em Valinhos (SP).

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, também segue no mesmo sentido e evitou se manifestar sobre a decisão. “O governo tomou a decisão de só se manifestar, oportunamente, com base em decisões concretas e não em anúncios que podem ser mal interpretados. O governo vai aguardar a decisão oficialmente, antes de qualquer manifestação”, disse Haddad a jornalistas.

Desafios e Estratégias para o Brasil

A tarifação dos Estados Unidos na compra de aço e alumínio forçaria o Brasil a buscar diversificação no mercado de exportações, especialmente devido à queda na demanda da China, conforme especialistas consultados pela CNN.

Gustavo Cruz, estrategista-chefe da RB Investimentos, explica que as tarifas afetarão o mercado de aço além da redução nas exportações. “Mesmo que o Brasil focasse na China para compensar as exportações dos EUA, não seria capaz de preencher a diferença, já que a China tem desacelerado sua demanda pelo material nos últimos anos.”

As exportações chinesas de itens classificados como “ferro fundido, ferro e aço” vêm desacelerando desde 2020, quando atingiram o patamar de US$ 2,12 bilhões, segundo dados do Mdic.

Marcela Franzoni, professora de Relações Internacionais do Ibmec-SP, ressalta que a diversificação pode ser difícil de se efetivar no curto prazo. “Existe toda uma estrutura produtiva que está focada. Analisando o mercado de um país destino para as exportações, ainda é mais complexo achar um substituto pela depreciação do preço do aço.”

Fonte: https://www.cnnbrasil.com.br/economia/macroeconomia/trump-confirma-tarifas-de-25-para-importacoes-de-aco-e-aluminio-pelos-eua/

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