Presidente da Ucrânia Considera Diálogo Direto com Putin para Encerrar Conflito
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, expressou sua disposição para um caminho diplomático, propondo uma conversa direta com o líder russo, Vladimir Putin. O objetivo é encerrar o conflito entre as duas nações, que já se estende por quase três anos.
Durante uma entrevista concedida ao jornalista britânico Piers Morgan, transmitida na terça-feira (4), Zelensky destacou a importância da presença de outros países em uma possível reunião.
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Ucrânia exige resposta por prisioneiros de guerra executados pela Rússia
Volodymyr Zelensky declarou em suas próprias palavras: “Se as pessoas acreditam que devemos passar para a via diplomática, e eu acredito que estamos prontos para passar para a via diplomática, precisamos ser os EUA, a Europa, a Ucrânia e a Rússia”.
Ele afirmou que, se a única maneira de alcançar a paz para os cidadãos ucranianos for sentar-se à mesa de negociações com Putin, ele estaria disposto a seguir esse caminho com os quatro participantes. Zelensky também comentou sobre as possíveis tréguas nas sanções, alertando que isso poderia aumentar o risco de novas invasões.
“Se as sanções forem suspensas da Federação Russa, acredito que isso aumentará o risco de uma segunda invasão”, afirmou Zelensky.
O Kremlin, que tem avançado no leste da Ucrânia, afirmou recentemente que ainda é cedo para considerar negociações de quatro vias. O porta-voz russo, Dmitry Peskov, reiterou que Zelensky é um líder “ilegítimo” por ter permanecido no cargo além do término de seu mandato.
Eleições e Legitimidade
Vladimir Putin, presidente da Rússia, rejeitou Zelensky em várias ocasiões como participante das negociações, alegando que ele não se submeteu às eleições quando seu mandato terminou em maio de 2024. A Ucrânia afirmou que não é legalmente possível realizar eleições enquanto a lei marcial estiver em vigor.
Em sua entrevista, Zelensky descartou a argumentação do Kremlin, dizendo que foi eleito em 2019 com 73% dos votos e sempre esteve aberto a eleições. No entanto, ele ressaltou as dificuldades de realizar eleições durante uma guerra, considerando as necessidades de mudanças constitucionais e ajustes legais.
“A questão principal não é apenas legal, é humana. Como os soldados nas trincheiras votarão? E quanto aos milhões de ucranianos em territórios ocupados? Suas vozes não importam mais? E quanto aos oito milhões de ucranianos forçados a ir para o exterior pela guerra?” questionou Zelensky.
O presidente dos EUA, Donald Trump, sugeriu que Washington e Moscou estabelecessem contato sobre a Ucrânia. Contudo, de acordo com um importante diplomata russo, os contatos diretos ainda não começaram.
Keith Kellogg, enviado especial de Trump para a Ucrânia e a Rússia, mencionou a questão das eleições na semana passada, afirmando à Reuters que Washington gostaria que a Ucrânia realizasse eleições até o final do ano, especialmente se Kiev pudesse acordar uma trégua com a Rússia.
